Preparação física, precisa-se (dia 3)

Sábado, 15 Agosto 2009
Hoje foi um dia em que todos os jornalistas foram postos à prova física, ora porque tinham de estar em tantos sítios diferentes da cidade, ora porque precisavam de um subir e descer, que só os músculos das pernas saberiam dizer o que passaram.

Finalmente começaram os Mundiais e a grandiosidade do evento é tão patente em Berlim, que nos tomou muito surpresos, pelo lado positivo. Desde outdoors muito bem preparados, a toda a logística em torno do estádio e a enorme capacidade de coordenação e eficácia sobre os elementos que apoiam a Organização.

O Atleta-Digital ficou ao lado de toda a imprensa portuguesa, na segunda fila do segundo anel do estádio, no enfiamento da linha de meta. Digamos que até ficámos agradados com o local e com toda a disponibilidade que existe para que façamos o melhor trabalho possível.

Infelizmente isso só ocorre ao nível da bancada porque recolher entrevistas é das tarefas mais árduas que passei enquanto jornalista nestes eventos. Do local da bancada à Zona Mista, a zona onde podemos entrevistar os atletas portugueses, são 130 degraus e muitos dezenas de metros para andar, o que numa estimativa dar-nos-ia cerca de 200 metros, com 260 degrau ali pelo meio, com uma ida e uma volta. Do mesmo mal sofrem os fotógrafos que além de muitos degraus precisam de carregar pesados equipamentos ao longo da pista, como foi o caso do Filipe. Se haviam dúvidas se tínhamos ou não condição física, está respondido, não temos!

Hoje foi também um dia duro, onde foi necessário estar na pista cedo (para tratar de pequenas burocracias e garantir que tudo estava pronto a tempo e horas), a meio da sessão matinal a deslocação até às portas de Bradenburgo (a cerca de 30 minutos de comboio), para pouco depois nos deslocarmos até ao hotel da selecção (mais 30 minutos, no mínimo) para uma conferência de imprensa. Terminada a conferência de imprensa foi tempo de voltar ao Estádio Olímpico para ver a sessão da tarde e pouco deu para descansar, com o almoço a ser consumido durante o caminho. Mais uma dura prova para todos os elementos desta equipa e de toda a imprensa portuguesa.

À noite (para lá das 22 horas) uma refeição merecida num restaurante italiano junto da “cabana”, mas com uma pizza que me calhou em “sorte”, que….enfim…era má! Todos têm de ser “roubados” alguma vez e eu fui desta vez com toda a convicção. Felizmente que os meus colegas me cederam parte do seu alimento, para que não passasse fome.

Ao longo do dia, pequenas coisas giras ou curiosas. Entornei parte de uma Coca-Cola para cima das calças, eu e a Joana chegámos atrasadíssimos à Conferência de Imprensa, encontrámos uma estação cheia de adeptos de Futebol totalmente bêbados, mais uns mendigos berlinenses a atravessaram as nossas rotas e no estádio foi tempo de ver um Bolt que até fez os quartos-finais a conversar com o adversário do lado (em plena corrida) e uma prova de 10000 metros polémica, onde as atletas que partiram do lado de fora entraram cedo demais à corda e o que aconteceu?! Os resultados ficaram iguais. Ah, já para não falar que estes alemães são requintados na forma de obrigar os jornalistas a entregar as suas garrafas de água (ao início paga-se 50 cêntimos e se entregarmos as garrafas, devolvem-nos os 50 cêntimos.

A inspiração do dia de hoje foi pouca, com o cansaço a ser grande e com alguns problemas de ligação de internet aqui na “cabana”, que nos retiraram outras inspirações. É esta a aventura de um jornalista e o treino de força continuará a ser feito, até para uma prova de 2ª feira…

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