Conclusões a fechar...(por: Edgar Barreira)

Quinta, 13 Março 2008
Este é o último editorial e aquele que encerra este Especial Valência 2008. Estes Mundiais de Pista Coberta foram o ponto de partida para uma atitude diferente e mais objectiva do projecto do Atleta-Digital.com, que, cada vez mais, tem uma responsabilidade óbvia de informar, noticiar e catapultar a modalidade. Esta responsabilidade, leia-se, é de quem tem feito crescer o projecto em prol do atletismo e, sem dizer nomes, é toda a equipa do Atleta-Digital.com que tem contribuído para tal.

Falando do que se passou em Valência…foi uma experiência muito interessante para nós 4 (Edgar Barreira, Filipe Oliveira, Marta Pereira e Miguel Mendonça), não só pelo convívio, como pela experiência adquirida, como por termos tido o privilégio de assistirmos aos campeonatos dentro de um pavilhão a “abarrotar” de gente, onde as competições passaram a correr – assim como o tempo.

Já com os pés assentes em solo lusitano, e observando com relativo distanciamento sobre o que se passou em Valência, posso dizer que foi missão cumprida, quer por nós, quer pela selecção nacional. Ao nível dos campeonatos e da sua qualidade, não assistimos a grandes marcas, mas assistimos a grandes despiques e a provas fantásticas. É neste tipo de provas que podemos dizer que vale a pena amar o atletismo, porque cingir-nos apenas a competições nacionais limita os horizontes do possível. Não que o problema seja do atletismo português, mas porque uma coisa é estarmos perante os melhores portugueses, e outra é estarmos perante os melhores do planeta.

É também interessante e muito importante ter analisado os diferentes modos de actuação dos meios de comunicação social internacionais. Isto, porque não existe apenas uma forma de noticiar, nem um tipo de meio específico, nem estereótipos internacionais. Naquela extensa bancada viram-se jornais desportivos, jornais generalistas, revistas, agências internacionais, federações, sites, entre outros. Também naquela bancada vi pessoas que não mereciam ali estar, não pelo que fazem para noticiar o atletismo, mas sim pelo que não fazem. O mesmo é dizer, que na tribuna exclusivamente para os “media” estavam pessoas que nem sequer pertencem a determinados órgãos e isso a mim fez-me confusão.

Falando das nossas redondezas, e porque foi nas redondezas que tivemos mais contacto (mais não fosse visual), estivemos juntos da maioria dos órgãos de comunicação social portugueses. A exemplo estavam na nossa fila os jornais Record, O Jogo e A Bola, com os quais tivemos oportunidade de trocar algumas ideias. À nossa frente tínhamos por exemplo dois jornalistas da federação de atletismo do Reino Unido. Atrás de nós tínhamos os “camera’s” da TVE, os responsáveis por darem imagens para todo o Mundo. Como tal foi-nos possível recolher um pouco da realidade da Comunicação Social Mundial. Também deu para tomar parte dessa realidade nas viagens que fizemos do hotel para o “Palau”.

Outro dos factores positivos foi a possibilidade (ou será obrigatoriedade?) de falar outras línguas, que não a portuguesa. Por terras de “nuestros hermanos” arranhei espanhol e inglês, e pude aprender mais umas palavritas, o que é sempre bom! Mas esta foi uma realidade não só para mim, mas também para o Filipe, Marta e Miguel. Isto porque tiveram de tomar por diversas vezes contacto com os responsáveis pela comitiva da Arábia Saudita, com quem cooperámos no que toca a troca de informações e de envio de algumas fotografias. Agora uma coisa é certa, os espanhóis têm mesmo alergia à língua portuguesa! Fico é sem saber o porquê…

Fazendo um balanço da viagem tiro algumas conclusões:

1- Não me venham dizer que estamos num clima de segurança, ou não nos tapem os olhos a falar de segurança reforçada. Isto porque apanhei o avião no Porto, onde mal analisaram o meu BI e cheguei a Valência nem verificaram nada. Foi só chegar ao Aeroporto, sair das portas e estar oficialmente em Espanha. Como não hão-de existir atentados, tráfico de droga e outros flagelos deste mundo? O mesmo aconteceu no regresso a Portugal.

2- Ainda falando em segurança, como é possível que a Organização nos tenha levado para o “Palau”, numa carrinha oficial, sem irem verificar se éramos o Atleta-Digital.com? Como é possível não termos sido revistados uma única vez na entrada para o “Palau”?

3- Os hotéis oficiais não tiveram as informações devidas por parte da Organização, sendo tudo em cima do joelho, o que só mostra que quando falamos tão mal de Portugal, esquecemos que não somos únicos. Cai por terra então a frase : “isto só mesmo em Portugal!”. Provavelmente os espanhóis dirão o mesmo de Espanha, e os franceses o mesmo de França!

Um dos pontos que correram menos bem dentro do “Palau” foi mesmo a ligação de Internet. Haviam mais de 5 redes às quais podíamos conectar para realizar o nosso trabalho, e nenhuma delas se manteve estável durante os campeonatos. O que nos valeu foram os conhecimentos informáticos do Filipe e do Miguel que ali montaram uma rede local, só e apenas para o Atleta-Digital.com. Mesmo isso nos deu problemas, não pela ineficácia da rede, mas por alegadas “interferências” que a nossa rede estava a provocar na rede da “IAAF”. Ora, para um site de atletismo, cujo interesse é publicar notícias na hora, entrevistas em podcast, e enviar emissões de rádio, isto foi extremamente prejudicial.

E ficou uma dúvida por responder: verificámos que todos os elementos da comitiva do Atleta-Digital.com apanharam choques estáticos, mal pusemos o pé em Valência. Isto sucedeu-se durante todos os dias, estivéssemos nós no “Palau”, em museus, no hotel ou no Aeroporto. Aliás, alturas existiram em que dávamos choques uns aos outros, havendo uma alegada descarga eléctrica vinda dos nossos corpos. Chegados a Portugal, tudo ficou normalizado. Conclusão, o que nos fez apanhar tantos choques? Teremos sido os únicos? Um fenómeno estranho…muito estranho.

Por último, gostava de deixar alguns agradecimentos, agradecimentos esses, sinceros para quem nos permitiu fazer uma larga cobertura destes Mundiais. À Federação Portuguesa de Atletismo, pela ajuda fulcral que nos deu, a fim de podermos estar presentes nos Mundiais como media, à Rádio Zero, por ter disponibilizado equipamentos e espaço na grelha de programação, à Rádio Azeméis FM, por nos “oferecer” novos separadores para o programa “atletONews”, e ainda a todos os que colaboraram neste Especial Valência 2008, nomeadamente ao Sérgio Arruda, Gonçalo Amaral, Rafael Lopes e ao Prof. Carlos Silva.

Fechado que está este Especial Valência 2008, é agora hora de analisar a nossa actuação e melhorar alguns aspectos. E, para aqueles que não souberam perceber isso, e porque a experiência adquire-se, estaremos, com toda certeza, mais aptos e eficazes numa próxima ocasião…

A todos os que visitaram, e tiveram oportunidade de conhecer algumas novidades vindas de Valência, através do Atleta-Digital.com, o nosso agradecimento, não porque nos façam um favor, mas sim porque é sempre agradável quando sentimos que aquilo que produzimos é aproveitado por muita gente, e este foi um dos casos…Até à próxima!

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