Armada Lusa (por: Sérgio Arruda)

Terça, 19 Fevereiro 2008
SÉRGIO ARRUDA

Tal como prometido e antecipadamente programado para este “Especial Valência 2008”, cabe-me agora dissertar um pouco sobre a presença dos nossos atletas Lusos, que irão também eles dar vida e cor na pista velódromo Luís Puig.

Como fiz referência na minha anterior abordagem, para as expectativas internacionais, penso também não vir a ser fácil a tarefa de obtenção de marcas relevantes, quanto ao que se refere à nossa representação.

Todos nós, enquanto cidadãos fora do conhecimento da prática da modalidade, não tem na maioria das vezes a noção do esforço, dedicação e privação a que um atleta tem que se submeter para obter da sua preparação os melhores resultados.

Num desporto de esforço individual, como é o que acontece com todas as disciplinas do atletismo, não há lugar para pausas ou compensações durante a realização de uma competição, tal como acontece com alguma regularidade nas provas de cariz colectivo, em que um atleta por fadiga pode por algum período de tempo, repousar para recuperar energias, que será de imediato compensado pela colaboração de outro colega de equipa. No atletismo esta possibilidade não é possível, por todos os motivos compreensíveis. O atleta tem que estar sempre apto, de forma a ser capaz de dar o seu contributo, do início ao final da sua participação.

Face ao que em curtas palavras expus e não me querendo alongar por outros factores que poderão induzir no atleta outras possibilidades de melhoria nas suas prestações, o treino físico e técnico não são per si, suficientes. E aproveitando a oportunidade, lanço desde já o repto a todos quantos se relacionam com a modalidade a meditarem um pouco sobre este assunto, lançando alguns tópicos (Psicologia, Nutrição, Medicina e Motivação).

Continuando, penso que independentemente dos resultados que os nossos atletas venham a obter nas suas participações, merecem desde já o nosso reconhecimento.

Contudo, aqueles que hoje se nos afiguram mais capazes de obterem para eles uma melhoria nos seus registos pessoais, tendo em consideração a sua preparação e resultados alcançados, poderão não ser eles que venham a atingir esses objectivos. Sejamos realistas, um atleta não está sempre em crescendo. O facto de ter obtido uma excelente marca há uma ou duas semanas atrás, não se supõe que o volte a realizar, na semana seguinte. Os desempenhos e resultados, não aparecem desta forma tão linear e simples. Pois se assim fosse, hoje por exemplo no Salto com Vara masculino, já se saltaria mais de 7 m (sete metros) e provavelmente nos 60 Metros Barreiras femininos, estaríamos abaixo dos 6” (seis segundos).

Da presença dos nossos atletas, espero o melhor. Claro, de alguns e dos que tenho conhecimento da sua eventual presença, a confirmação dos seus resultados (Maria do Carmo Tavares; Jéssica Augusto; Naide Gomes; Arnaldo Abrantes; Marco Fortes e Luís Sá). De outros, a sua melhoria (Francis Obikwelu; Tiago Rodrigues; Hélio Gomes; Rui Silva; Sara Moreira; Sandra Teixeira e Sandra Tavares).

Nalguns atletas as possibilidades de progressão serão maiores e mais evidentes, enquanto que noutros já não é tão previsível que assim seja, e não tendo em consideração uma enorme quantidade de factores intrínsecos que influenciam na preparação geral do atleta e que o tornam mais ou menos apto para a competição e consequente progressão na sua disciplina.

Não sendo conhecedor dos objectivos traçados e dos planos de treino dos atletas. Nem tão pouco do grau de motivação em que se encontram, assim como não possuir a capacidade de adivinhar o futuro, penso que poderia de alguma forma desejar e não prever, que, Maria do Carmo Tavares; Sara Moreira; Arnaldo Abrantes e Rui Silva, obtenham melhorias nos seus registos pessoais.

Vamos então, aguardar pelo “Mundial de Pista Coberta de 2008”, antes do qual aqui voltarei para opinar um pouco sobre as “Expectativas dos Campeonatos”.


Então, até lá.

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